Ética do terapeuta
A palavra terapia vem do grego therapeúo que significa prestar atenção e cuidados.
O meu entendimento sobre ser terapeuta é essencialmente isto. Dar atenção e cuidado aos temas e aspetos que o outro precisa consciencializar, ressignificar, integrar para fazer a sua própria cura e caminho de transformação. Isso só pode acontecer com autenticidade por eu mesma, como pessoa, permitir-me fazer o mesmo em mim. O caminho de cura é um espelho, e só acontece de dentro para fora. Cada pessoa que acompanho, guio e apoio eu estou a ir mais fundo na minha cura, no meu auto conhecimento.
No meu íntimo, acredito que em verdade, que só se é terapeuta de si mesmo. E somente por assim ser, a função de guiar e apoiar o percurso no outro torna-se possível. A qualidade de um terapeuta, na minha visão, reside na capacidade de ele mesmo fazer o caminho que propõe, agindo assim em coerência, congruência e integridade.
O movimento new age trouxe ao ocidente uma abordagem distorcida da verdadeira espiritualidade e do caminho de cura humano, ao condenar o negativo como mau, ao expulsar a sombra da equação humana, ao negar as emoções mais básicas e dificuldades com o ego, e trauma, levando a certa alienação ou um bypass espiritual.
Esta alienação cria desequilíbrios e muitas vezes aumenta a doença e a poluição emocional e psíquica de quem realmente precisa de ajuda.
O que eu vibro é resultado do que sou e o que sou é resultado do que vibro. A minha verdade e resignificação da minha história é o que de melhor tenho para doar. Mais que cursos e certificados. A luz que irradio e a sombra que não projeto no outro não vem certificada em nenhum diploma e é no entanto, a meu ver, um dos principais aspetos num terapeuta.
No que toca a escolher quem te poderá guia num momento difícil, de fragilidade ou de desequilíbrio é essencial escutar o coração e permitir que a intuição te mostre quem é a pessoa certa para ti.
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